quinta-feira, 30 de setembro de 2010

ESSE É O CARA

Por isso que o Obama disse:
Esse é o cara...

LULA, "O ANALFABETO"
É pouco ou quer mais?

FHC, o farol, o sociólogo, entende tanto de sociologia quanto o ex-governador de São Paulo e candidato, José Serra, entende de economia. Lula, que não entende de sociologia, levou mais de 54 milhões de miseráveis e pobres à condição de consumidores; que não entende de economia, pagou as contas de FHCzerou a dívida com o FMI e ainda empresta algum aos ricos.
Lula, "o analfabeto", não privatizou as estatais, como fez o FHC, e as fortaleceu, tanto que hoje a Petrobrás é a  maior empresa de Petróleo do mundo e caminhando para ser a . Os tucanos, capitaneados pelo FHC e pelo ex-governador José Serra, querem por que querem voltar ao poder, para doarem aos grandes amigos ("Mui Amigos") empresários, o Banco do BrasilCaixa Econômica FederalCorreiosPetrobrás,EletrobrásBNDSetc...

Lula, o “analfabeto”, que não entende de educação, criou mais escolas e universidades que seus antecessores juntos, 
e ainda criou o PRÓ-UNI, que leva o filho do pobre à universidade.
Lula, que não entende de finanças nem de contas públicas,
elevou o salário mínimo de 64 para quase 300 dólares,
e não quebrou a previdência como queria FHC.

Lula, que não entende de psicologia, levantou o moral da
nação e disse que o Brasil está melhor que o mundo.
Embora o PIG - Partido da Imprensa Golpista, liderados pelas Organizações Globo, Grupo Folha Grupo Abril que entende de tudo, diga que não.

Lula, que não entende de engenharia, nem de mecânica, nem de nada, reabilitou o Proálcool, acreditou no biodiesel e levou o país à liderança mundial de combustíveis renováveis.

Lula, que não entende de política, mudou os paradigmas mundiais e colocou o Brasil na liderança dos países emergentes, passou a ser respeitado e enterrou o G-8.
Lula, que não entende de política externa nem de conciliação, pois foi sindicalista brucutu, mandou às favas a ALCA, olhou para os parceiros do sul, especialmente para os vizinhos da América Latina, onde exerce liderança absoluta sem ser imperialista.

Lula, que não entende de mulher nem de negro, 
colocou o primeiro negro no Supremo Tribunal Federal (Ministro Joaquim Barbosa, desmoralizado pelos brancos de olhos azuis), uma mulher no cargo de primeira ministra, e pode fazê-la sua sucessora, sendo a Primeira Mulher Presidente do Brasil.

Lula, que não entende de etiqueta, sentou ao lado da rainha e afrontou nossa fidalguia branca de lentes azuis.
Lula, que não entende de desenvolvimento, nunca ouviu falar
de Keynes, criou o PAC, antes mesmo que o mundo inteiro
dissesse que é hora de o Estado investir, e hoje o PAC é
um amortecedor da crise.< /span>

Lula, que não entende de crise, mandou baixar o IPI e levou a
indústria automobilística a bater recorde de produção e vendas.

Lula, que não entende de português nem de outra
língua, tem fluência entre os líderes mundiais, é
respeitado e citado entre as pessoas mais poderosas e
influentes no mundo atual. Foi eleito o político mais influente do mundo em 2010, segundo a revista norte Americana "TIME". Foi também escolhido o homem do ano de 2009, e é favorito para ganhar o Premio Nobel da Paz em 2010.

Lula, que não entende de respeito a seus pares, pois é um brucutu, já tinha empatia e relação direta com Bush - notada até pela imprensa americana - e agora tem a mesma empatia com Obama.

Lula, que não entende nada de sindicato, pois era apenas um agitador, é amigo do tal John Sweeny e entra na Casa Branca com credencial de negociador, lá, nos "States".
Lula, que não entende de geografia, pois não sabe interpretar um mapa, é ator da mudança geopolítica das Américas e do mundo.

Lula, que não entende nada de diplomacia internacional, pois nunca estará preparado, age com sabedoria em todas as frentes e se torna interlocutor universal.
Lula, que não entende nada de história, pois é apenas um locutor de bravatas, faz história e será lembrado por um grande legado, dentro e fora do Brasil.

Lula, que não entende nada de conflitos armados nem de guerra, pois é um pacifista ingênuo, já é cotado pelos Palestinos para dialogar com Israel.

Lula, que não entende nada de nada, de longe é o melhor. Tem uma aprovação popular de mais de 87% dos brasileiros. +-170.000.000 de brasileiros aprovam o seu governo. E mais da metade do eleitorado aprova sua candidata.


Com isenção de ânimo e sem paixões políticas, bom conhecer indicadores sociais e econômicos publicados pelo Jornal "The Economist" (Inglaterra), comparando os Governos FHC e Lula.


A diferença é muito grande... É bom lembrar na

hora de votar!!!

LEIAM O QUE FOI PUBLICADO NO JORNAL THE ECONOMIST (Inglaterra)
The Economistpublicou!
Situação do Brasil antes e depois: Itens
Nos tempos de FHC
Nos tempos de LULA
Risco Brasil
2.700 pontos
Menos de 150 pontos
Salário Mínimo
64 dólares
290 dólares
Dólar
R$ 3,00
R$ 1,78
Dívida FMI
Não mexeu
Pagou a Dívida
Indústria naval
Não mexeu
Reconstruiu
Universidades Federais Novas
Nenhuma
15
Extensões Universitárias
Nenhuma
65
Escolas Técnicas
Nenhuma
314
Valores e Reservas do Tesouro Nacional
185 Bilhões de Dólares Negativos
380 Bilhões de Dólares Positivos
Créditos para o povo/PIB
14%
54%
Estradas de Ferro
Nenhuma
7 em andamento
Estradas Rodoviárias
90% danificadas
70% recuperadas
Industria Automobilística
Em baixa, 20%
Em alta, 55%
Crises internacionais
7, Quebrando e arrasando o país
Nenhuma, pelas reservas acumuladas.
Cambio
Fixo, estourando o Tesouro Nacional.
Flutuante: com ligeiras intervenções do Banco Central
Taxas de Juros SELIC
37%
10,25%
Mobilidade Social
1 milhão de pessoas saíram da linha de pobreza
53 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza
Empregos
780 mil
Mais de 17 milhões
Investimentos em infraestrutura
Nenhum
704 Bilhões de reais previstos até 2010
Mercado internacional
Brasil sem crédito
Brasil reconhecido com o Investment Grade
Pense, o que este homem faria, se entendesse de alguma coisa?
Pedro R. Lima, professor
UERJ Economia


quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ELEIÇÕES 2010 - A MULHER MAIS PODEROSA DO MUNDO

Deu no britânico The Independent
(fotos selecionadas por Amancio Chiodi)

ANTIGA GUERRILHEIRA PRONTA PARA SER A MULHER MAIS PODEROSA DO MUNDO 
Por Hugh O’Shaughnessy – do jornal britânico


A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as  próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.
Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff irá se tornar mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.

Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa uma vez tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.

A senhora Rousseff, a filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% – *sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra.* Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.

Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.

Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.

Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.



Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamaram “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.



A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.



Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.

Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.

Ela tinha mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o
doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.

Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de
petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a popularidade da candidata.

A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.

Tradução: Katarina Peixoto
The Independent, reproduzido na Carta
Maior*<http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm>

SÉRIE DITADURA NÃO ACABOU

Bobagens no horário nobre,
inteligência nas horas mortas
Por Mylton Severiano texto
Amancio Chiodi fotos

Lady Lilly me liga, passa uma hora tentando me convencer de que o melhor é deixar pra lá esse negócio de jornalismo. Queixa-se de estar rodeada de mediocridade. Mas, pergunto a ela, e os mais novos? Ela se espaventa:
“Os mais novinhos são os piores, Myltainho”, diz ela, chorosa, “eles não leem nem jornal!”
Lady Lilly trabalha numa revista feminina de sucesso e, apesar do nome de guerra aristocrático, não tem nada de granfina, muito menos de lady, com ela é tudo ali no popular, no escreveu não leu o pau comeu. Mas essa história de jovenzinhos que chegam a redações para exercer a mais vocacional das profissões e não cultivaram o hábito sacrossanto dos jornalistas que é ler jornais – é grave.
Depois de convencer Lady Lilly de que a humanidade precisa dela dentro de uma redação e de que, mesmo que fosse ruim com ela pior seria sem ela, matutei.

Se o PT estivesse no poder em São Paulo...
... os calunistas dos jornais, das revistas e da tevê cairiam de pau no pânico que se instaurou no metrô dia desses. Relembrariam a cratera que engoliu pessoas na construção da estação de Pinheiros.
... o acidente com o trem da montanha russa que feriu diversas crianças? Culpa do PT, que não fiscaliza nada, é tudo uma bagunça quando este partido está no poder.
... a soldado ou sargenta da PM que matou um garoto de 17 anos pelas costas, mais um dentre incontáveis assassinatos praticados por esses estrupícios fardados? Claro, quem não veria o dedo do PT nisso? Quem manda na PM não é o governo do Estado? E o governo estadual não estaria nas mãos do PT?


Quando digo que a ditadura ainda não acabou, me olham intrigados. Ora pois, veja que meia dúzia de famílias controlam todas as comunicações neste país, os principais jornais, as principais redes de rádio e televisão. As mesmas que apoiaram o golpe militar, e sustentaram a ditadura que se seguiu por 21 anos e, depois de seu fim legal, insiste em vigorar de fato.
Em vez de andarmos pra frente em matéria de democratização dos meios de comunicação, é para trás que vamos, eis o exemplo da TV Cultura de São Paulo – Estado demo-tucano por excelência. O Roda Viva virou Roda Morta. Antes quase sempre ao vivo, agora sempre é pré-gravado, porque o “vivo” é perigoso de periculosidade – ficam os jornalistas de verdade insistindo em fazer perguntas que não se deve fazer.

Os debates? Engessados cada vez mais. “O candidato tem 37 segundos e 20 centésimos para a tréplica”, “a candidata tem 17 segundos e dois décimos para fazer a pergunta e só pode perguntar ao candidato que ainda não foi perguntado e a pergunta deve versar sobre assunto ainda não tratado neste debate”. E quando o candidato está prestes a concluir o raciocínio, o mocinho corta-lhe o microfone e o repreende diante de milhões de eleitores.

Vi na França um debate recentemente, durou umas quase três horas, livremente, todos com direito a falar até concluir seu pensamento, e acaloramento quando dois debatedores divergiam seriamente sobre algum tema. Me lembrei do Pinga Fogo, na extinta TV Tupi.
Maiores de 45 anos se lembram. Era um mano a mano verbal eletrizante. Escolhia-se um assunto e se convidava alguém contra e alguém a favor. E pingava fogo! O “mediador” estava mais para incendiador – fazia as perguntas que o contendor tinha esquecido de fazer.


Um Pinga Fogo histórico se deu entre a deputada paulista Conceição da Costa Neves e o coronel paraquedista Américo Fontenelle. Ela, dizia-se, havia sido prostituta. Era uma mulher peituda, raçuda e bocuda. Ele, apoplético, militar reformado se não me engano por haver sofrido algum acidente. Era o homem escolhido pela Prefeitura paulistana para dar um jeito no trânsito caótico (já era caótico).
Fontenelle vinha do Rio com fama de dar jeito no trânsito de lá. Cascata. Era, sim, um truculento. Carro estacionado em local proibido, ele esvaziava os quatro pneus. Ou colava um adesivo que mandou especialmente fabricar, que tomava todo o parabrisa dianteiro do carro. O carioca descobriu que saía com coca-cola. Então passou a esvaziar pneus.

Em São Paulo, Fontenelle criou o que ele chamou de rótula: pegou algumas avenidas e ruas mais largas e as transformou num corredor mais ou menos redondo em torno do centro, com mão única no sentido anti-horário.
Muito bem. No meio do caminho havia um posto de gasolina na esquina da tal rótula com a Asdrúbal do Nascimento, ruela pela qual motoristas espertinhos passaram a burlar a tal rótula, passando pela calçada do posto – ou mesmo abastecendo e saindo pela Asdrúbal. Fontenelle simplesmente bloqueou o posto com blocos de concreto. Um encrenqueiro, no fundo.

No Pinga Fogo entre o coronel e a deputada, ele apanhou de relho. Primeiro que ela era boa de debate e desbocada. Segundo que o coronel só sabia dar ordens e a ditadura mal havia começado, de modo que ainda sobrava espírito civil na sociedade. Conceição cobriu o coronel com uma saraivada de argumentos contra seus métodos arbitrários e até totalitários. E ele, que só sabia berrar, com ganas – a gente via – de esganar a mulher, teve de se conformar em sair do estúdio engolindo raiva. Morreu horas depois, de “insulto”.
Pelo critério acima, que hão de convir é bem palpável, visível, sabível, vejam que a ditadura segue. O jornalismo especialmente de tevê é em geral engomadinho, fofinho. Programas que possam provocar alguma reflexão para o povo se antenar vão ao ar nas altas horas mortas da noite, quando 99% do povo dorme para enfrentar o dia seguinte. No chamado horário nobre, só besteirol, bobajol. Faz parte. Manter o povo “anestesiado” é próprio de ditaduras. Ou não?
Que Lady Lilly me desculpe, ela que se diz apolítica. Mas é coisa da mais alta Política entregar-se apaixonadamente à feitura de uma revista que leva às leitoras (e leitores, que os há) a cota semanal de informações carregadas do amor e do carinho que eles não estavam acostumados a receber.