quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

ALTO COMANDO MILITAR EGÍPCIO TEM SEDE EM WASHINGTON

Laerte Braga

O marechal Mohamed Hussein Tantawi, presidente do Supremo Conselho Militar


do Egito e sucessor de Hosni Mubarak é parte da brutal ditadura contra a


qual os egípcios se levantaram e obedece a Washington.

O ex-ditador não renunciou à “presidência da república”. Nem ele e nem o


general Omar Suleiman, o “vice-presidente”. Na quinta-feira Mubarak


discursou em rede nacional de televisão dizendo que permaneceria no poder


até as eleições de setembro e na sexta, surpreendendo aos próprios


revoltosos deixou o poder.


Entre quinta e sexta-feira o marechal Tantawi conversou cinco vezes por


telefone com o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates. A última conversa


foi após o pronunciamento de Mubarak e Gates disse ao marechal Tantawi que


para manter a “ordem” e evitar o “caos” era necessário que Mubarak e


Suleiman saíssem.


Quando se extrai um tumor maligno, ou a cirurgia remove o tumor e seu


entorno, ou o tumor permanece vivo. Nada muda, apenas a sensação de mudança.


É o que está acontecendo no Egito.


O governo provisório (pelo menos por enquanto, pode virar definitivo) vai


afrouxar aqui e ali, mas só nos adereços, e as mudanças pretendidas pelos


egípcios vai depender das ruas e da oficialidade jovem das forças armadas,


fator decisivo na decisão dos EUA que determinaram ao marechal Tantawi o


afastamento de Mubarak e Suleiman.


O alto comando militar egípcio tem sede em Washington e os velhos generais e


marechais que comandam as forças armadas não diferem em nada de Hosni


Mubarak, ele próprio, um marechal.


De uma certa forma o que vai acontecer é uma incógnita. Os próximos dias


serão decisivos para a luta popular e a oficialidade jovem (muitos aderiram


aos rebeldes na Praça da Libertação e isso foi vital para a decisão dos


norte-americanos, o temor de uma rebelião dentro das forças armadas, o medo


de perder o controle).


E transcendem ao Egito. Manifestações contra o governo ditatorial da Argélia


estão sendo reprimidas de maneira violenta pela ditadura naquele país. No


Iêmen o povo se levanta contra o governo e há indícios claros de


insatisfação na Jordânia.


Chegam até a Israel, onde parte da população começa a perceber que os


governos que sucederam a Rabin (assassinado por um fanático judeu logo após


o acordo de paz assinado com Yasser Arafat) têm um caráter ditatorial e


colocam em risco a segurança do país. Em Tel Aviv já acontecem manifestações


pela paz com os palestinos, tanto quanto, líderes de movimentos de direitos


humanos e pela paz são presos e condenados. Silenciados.


Se você acerta um lobo com um golpe não fatal o lobo se torna muito mais


perigoso e apavorante que antes do golpe. É o caso dos EUA e toda a sua


extensa rede de terror espalhada pelo mundo.


Imerso numa crise na qual se percebe o declínio do império, escora-se num


arsenal bélico capaz de destruir o mundo quantas vezes for preciso para


manter a democracia cristã e ocidental do deus mercado.


Não é uma nação, apenas um conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO


S/A. E cada vez mais os norte-americanos vão se revelando um povo doente e


fanático em sua imensa maioria.


Em Bruxelas, Bélgica, discutem um sistema antimísseis que cria um escudo


protetor em toda a Europa e pretendem obter a concordância da Rússia, vale


dizer, sua capitulação à OTAN – ORGANIZAÇÃO DO TRATADO ATLÂNTICO NORTE –


braço terrorista do conglomerado na Europa.


A ressurreição do nazismo foi anunciada pelo primeiro-ministro da principal


colônia do conglomerado no velho mundo, David Cameron. Falou em fim do


multiculturalismo. A existência, coexistência e convivência entre


diferentes. Pacífica e harmoniosa.


O que se viu na Praça da Libertação foi um povo sem preconceitos, cristãos e


muçulmanos lutando e rezando em comum pelo fim da barbárie.


E a barbárie está em Washington, em Tel Aviv, em países árabes governados


por ditadores, na Europa colonizada e cercada de bases militares do


conglomerado terrorista por todos os lados.


Neste sábado, em Roma e várias cidades italianas, milhares de cidadãos vão


às ruas para mostrar sua indignação com o primeiro-ministro Sílvio


Berlusconi, uma reedição esfarrapada do Duce. A grande chacota do mundo, mas


que cumpre à risca o papel que lhe cabe nesse espetáculo determinado pelos


EUA. Não por outra razão é um dos donos de um império midiático.


Quem pensa que GLOBO, FOLHA, VEJA, etc. existem só no Brasil se engana. Os


terroristas do conglomerado, desde a derrota militar no Vietnã aperfeiçoaram


e aumentaram o controle da mídia em quase todos os países do mundo. É o


arsenal da mentira repetida à exaustão até que vire “verdade”.


Em Argel o ditador colocou nas ruas policiais (via de regra recrutados entre


assassinos como fazia Mubarak) e militares (que em quase todo o mundo,


Brasil inclusive, se atribuem o monopólio do patriotismo na versão de Samuel


Jackson, “o último refúgio dos canalhas.”


O Comitê de Segurança Nacional da Câmara de Deputados do conglomerado


EUA/ISAREL TERRORISMO S/A, numa audiência na quarta-feira, nove de


fevereiro, deu seu aval à ordem do presidente branco – disfarçado de negro –


Barack Obama, para que o imã Anwar al-Awlaki, seja assassinado pelos


“serviços secretos”. É acusado de pertencer a Al Qaeda e ser “mais perigoso


que Osama bin Laden.


O imã nasceu no Novo México, nos EUA, é filho do atual ministro da


Agricultura do Iêmen e acusado de vários “crimes de terrrorismo”. O espírito


democrático, cristão e ocidental de Obama entende que deva ser assassinado


em nome da liberdade e outras coisas mais, no fundo, para não atrapalhar os


“negócios”.


O deus mercado exige sacrifício de mortais comuns que se oponham ao uso de


tênis de marca, ao consumo de sanduíches Mcdonalds, se recusem a assistir as


tevês do grande irmão, ou ouvir a suas rádios e ler seus jornais e revistas.


A aceitar a ordem suprema e despirem-se da condição de humanos. Mortos


vivos.

O que egípcios – cristãos e muçulmanos – mostraram ao mundo é que é possível


sair da escuridão e enxergar o sol. É claro que a luta não termina na saída


de Mubarak, é mais ampla e estende-se às nações de todo o mundo.


No terceiro dia do julgamento do pedido de extradição de Julian Assange


feito pela antiga Suécia – importante base do conglomerado na Europa – o


juiz Howard Ridlle pediu mais tempo para decidir se aceita ou não o pedido.


A falta de provas dos crimes imputados a Assange, responsável por revelar


através do WIKILEAKS toda a podridão e terror do conglomerado EUA/ISRAEL


TERRORISMO S/A, deve ter sido o motivo. Vão tentar encontrar formas de


entregar Assange a Suécia para que no curso normal de uma ação criminosa ele


possa ser levado aos EUA e julgado. Corre o risco da pena de morte. De


qualquer forma, para extraditá-lo vão precisar de muitos coelhos e muitas


cartolas.


O último ministro das Relações Exteriores do Brasil (o atual é funcionário


do Departamento de Estado do conglomerado), Celso Amorim, em entrevista


telefônica a CARTA MAIOR – mídia limpa, sadia – afirmou que “as revoluções


populares que o mundo assiste agora especialmente na Tunísia e no Egito,


acontecem em países considerados amigos do Ocidente que não eram alvo de


nenhum tipo de sanção por parte da comunidade internacional”. E fulminou –


“isso mostra que a posição daqueles que defendem sanções contra o Irã é


equivocada”.


O que chamam de chanceler brasileiro atualmente, Antônio Patriota,


prepara-se para um encontro com Hilary Clinton no dia vinte e três. Vai sem


sapatos e submisso, doido para ganhar uma cadeira permanente num conselho


denominado de segurança. A instância maior das Nações Unidas, onde cinco


países têm o direito de veto a qualquer proposta que contrarie seus


interesses.

Quer o status e o direito de dizer amém.


Mohamed Hussein Tantawi, o marechal egípcio que assumiu o governo daquele


país é só um nome. Poderia ser David Cameron, Sílvio Berlusconi, o


primeiro-ministro sueco, Antônio Patriota, poderia ser José Sarney, por


exemplo, que guarda com Hosni Mubarak e Omar Suleiman os mesmos cabelos


pintados, provavelmente com tintura importada/doada pelo conglomerado


(percepção do deputado Chico Alencar).


É por aí que o Egito e os egípcios transcendem a si próprios e se estendem


por todo o mundo.


A luta pela sobrevivência do ser humano não será ganha em shoppings e nem


diante da telinha inebriado com o BBB. Mas nas praças e ainda não terminou


para os egípcios e nem começou para muitos povos.


É de sobrevivência. A suástica está em marcha, viva e feroz, no conglomerado


terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, no discurso de David Cameron, um dos


porta-vozes da barbárie.


Por trás daquele discurso vazio e sem sentido de Obama na sexta-feira após a


saída de Mubarak, o que existe de fato é o cinismo da estupidez e da


violência do conglomerado. Palavras ocas para fora e ordens de assassinato


para dentro.

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