quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

MACONHA, DIAMBA,DIRIJO,CANABIS,JOVENS E ESCOLA BRITANICA NO RIO DE JANEIRO

DEU NA INTERNET:

Colégio expulsa alunos acusados de fumar maconhaTrês pais de alunos vão processar a Escola Britânica, colégio particular bilíngue no Rio de Janeiro, por ter expulsado seus filhos sob a acusação de fumarem maconha durante viagem organizada pela escola na semana passada. Os três adolescentes, de 16 anos, foram obrigados a abandonar o passeio, em Pouso Alto, sul de Minas, no primeiro dia.


Segundo um dos pais, que não quis se identificar, os professores mandaram que eles voltassem de táxi. "Meu filho foi tratado como um criminoso. Ele não é e não vou admitir que façam isso com ele. O papel de uma escola é educar."


A Britânica é uma das escolas mais caras do Rio. Para entrar, os alunos pagam uma taxa de cerca de R$ 20 mil. As mensalidades giram em torno de R$ 3,5 mil. Procurada pelo Estado, a escola não quis se manifestar. Os pais decidiram processar o estabelecimento, o diretor e os professores envolvidos no episódio tanto na área cível quanto na criminal.


"A escola desrespeitou a dignidade dos alunos. Foi uma afronta aos direitos fundamentais dos menores. Os algozes (professores e diretor) foram insensíveis, desumanos, arbitrários e vão pagar por isso", afirmou o criminalista Nélio Machado, que representa as famílias.


O passeio da turma foi realizada na semana passada. Os três alunos estavam juntos, no mesmo quarto e, segundo o pai de um deles, os professores sentiram cheiro de maconha. "Eles foram interrogados e sofreram terror psicológico para confessar que tinham fumado. Logo depois foram expulsos do passeio." Segundo o pai, eles tiveram de encontrar uma maneira de voltarem para casa sozinhos. "Isso é inadmissível", afirma. Pouso Alto fica a 250 quilômetros do Rio.

Além do processo criminal, os pais vão tentar uma liminar para que os adolescentes possam continuar estudando na escola. "O que a escola fez é um exemplo negativo. Em vez de educar, resolveram tratá-los como criminosos." As informações são do Jornal da Tarde.


AGORA VEJA ESSAS NOTÍCIAS, transcritas dos jornais em meu livro “Se Liga! – O livro das drogas” (Record –Rio, 5ª ed. 2003):


Sábado, 19 de maio de 1996. Francisco Morato, município da Grande São Paulo, a 45 quilômetros da Praça da Sé, marco zero da capital paulista. Dois homens matam a tiros três fregueses que chegam a um bar e, a seguir, matam o dono, atrás de seu balcão.


As vítimas têm idades entre 24 e 30 anos. Os jornais dizem que apenas o dono tinha anotação em ficha policial, por “dirigir sem habilitação”. A polícia informa que “o envolvimento com drogas” é a maior causa das chacinas, que já somavam 20 nesse ano, com 70 mortos, em sua maioria jovens. E pobres.
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Terça-feira, madrugada de 23 de julho de 1996. Morro do Salgueiro, Rio. Tiroteio de três horas entre PMs e traficantes, que usam até granadas. Três traficantes mortos. Idade de dois identificados: 19 anos. A “guerra” nos morros da Tijuca, informa Nelson Carlos de Souza no Jornal do Brasil, já matou 12 pessoas naquele mês: um corpo a cada dois dias.
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Sábado, 27 de janeiro de 1990. Uma chácara perto de São Paulo, no sul de Minas Gerais. A modelo Adriana de Oliveira, 20 anos, morre depois de fumar maconha, beber, tomar comprimidos do tranqüilizante Diazepan e cheirar cocaína.


Adriana teve uma convulsão e, durante duas horas, se debateu sem que os acompanhantes tomassem a iniciativa de levá-la ao hospital (o que a teria salvado), com medo “dos inevitáveis embaraços legais que teriam de enfrentar quando se descobrisse que ela fora vítima de uma ruinosa mistura de drogas”, conforme descreveu a revista Veja.


O QUE ESTAS NOTÍCIAS TÊM EM COMUM? Elas têm por causa principal o proibicionismo. É ele, o proibicionismo, que provoca tragédias, mais do que as próprias “drogas”, tragédias como esta mais recente, de três garotos expulsos, e para sempre marcados, por deseducadores – estes sim, mais ruinosos que qualquer droga proibida.


E UMA OBSERVAÇÃO Repare no título da primeira notícia: os alunos, segundo o redator da AE (Agência Estado), são “acusados” de fumar maconha. Desde quando fumar maconha é crime, para que os garotos sejam “acusados”? Mais uma do proibicionismo: até jornalista, que tem obrigação profissional de ser bem informado, fica deformado. Correto seria dizer “Colégio expulsa alunos por fumar maconha”.


Pra mim, mais correto ainda seria “só porque fumaram maconha”.


FRASE DO DIA


Esquece Legislativo, Executivo e Judiciário. O poder verdadeiro é o poder aquisitivo.


De uma charge do humorista El Roto, no El País, Madrid, 9 de junho de 2010

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