quarta-feira, 3 de março de 2010

PARÁBOLA APÓCRIFA QUE ADMIRO

Iam Jesus mais Pedro pela estradinha da Galiléia, confabulando. Iam famintos. De repente, divisam uma macieira numa encosta. Duas maçãs pendem, maduras. Corre Pedro e as apanha:
“Aqui está, Mestre”, e Lhe dá uma maçã meio podre enquanto ataca a outra, sem defeito algum.
Jesus comeu da meia banda sã em silêncio e, ao cabo, não aguentou e admoestou:
“Pedro, por que ficaste com a maçã boa e me deste a má?”
“Mas, Mestre, o que farias no meu lugar?”
“Eu ficaria com a má e te daria a maçã boa.”
E disse Pedro:
“Mestre, mas não foi isto que fiz?”

O que você faria no lugar de Jesus? E no lugar de Pedro? 




É só pena de tucano que avoa
ou
Quem Lula beijou na testa?

Poucas vezes me diverti tanto com uma sucessão presidencial como nesta.
Outro dia, entrevistei Paulo Henrique Amorim para um livro que escrevo sobre jornalismo, ele contou que tinha estado em Salvador quando Dilma Rousseff patinava nos dois ou três por cento de intenção de votos, enquanto José Serra planava pelos trinta e tantos. Tomou Paulo Henrique um táxi e, conversador que é, puxou assunto sobre eleições. O taxista era fã de ACM e, em 2010, não fazia ideia de em quem votar para governador da Bahia.
“E para presidente?”, perguntou Paulo Henrique.
O taxista exclamou:
“Ah, em quem Lula beijar na testa!”

Palmério Dória, o amigo das “picadinhas”, que vive em São Paulo, tem ouvido picantes hipóteses para os tucanos enfrentar quem Lula beijou na testa, ou seja, a Dilma. Já que Aécio Neves não topa ser vice do Serra, dizendo que empurrado não vai, que Aécio não é bobo e prefere eleger seu homem forte Anastásia sucessor no governo mineiro do que se arriscar a uma fria, tucanos bolaram uma saída, a chapa:

José Serra - Ciro Gomes

Como tenho lido nos colegas que Ciro e Serra são como água e óleo, não se misturam, voaria pena de tucano.
Outra versão é de que Serra é tão “mineiro” que não vai entrar nessa não. E vai ser pena de tucano avoando por todo lado também. 

Parábola mineira que admiro

Para entender Aécio e políticos mineiros, é bom prestar atenção noutra parábola.
O prefeito do pequeno município queria costurar acordo com outro, para as eleições estaduais e federais. Selou o cavalo e partiu, cinco da manhã pra oposição não notar.
É, mas o chefe da oposição estava na saída da cidade picando fumo e trocando ideia com um correligionário.
“Bom dia, prefeito”, saudou, “tá ino pra donde?”
“Pra Nhum-guaçu”, responde o prefeito.
“Ah, boa viagem, prefeito”, diz o outro.
O prefeito esporeia o cavalo enquanto o adversário comenta com seu correligionário:
“Ele falô que tá ino pra Nhum-guaçu, pra gente pensá que tá ino pra Nhum-mirim. Mas ele tá ino mesmo é pra Nhum-guaçu.” 
UMA FRASE
Deus tira os dentes e enlarguece a goela.
Bernardo Severiano da Silva, meu pai

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