quinta-feira, 29 de abril de 2010

MYLTON SEVERIANO NA LINHA DE PASSE

Candidatos a Morrer
em Honduras
Por Raul Fitipaldi

A gente se pergunta de que falam estes oligarcas tragicômicos, quando insultan Cuba, Venezuela, Equador, Bolivia. Quando incitam a pensar que só com seus governos lambe-botas de Washington há liberdade de imprensa. O que eles chamam liberdade de imprensa já produziu 7 mortes em Honduras desde o golpe de estado contra Manuel Zelaya e contra o povo hondurenho.

Contudo, com a permissão da Sociedade Interamericana de Imprensa, suas mídias golpistas, xenófobas, discriminatórias e atentatórias contra a paz, a liberdade e a justiça, só batem os bumbos quando um delinquente travestido de dissidente morre numa prisão cubana. E, me pergunto: Quantos jornalistas matou a tal “ditadura cubana” nestes últimos dois anos, ou nestes últimos cinquenta? E quantos outros mataram os “ditadores” como Chávez, Morales e Correa? Ah, mas esses são os que atentam contra a liberdade de expressão. E a oligarquía e as forças de repressão de Honduras atentam contra quem? Contra Chapeuzinho Vermelho?
Só mantendo o povo sob a total ignorância, alijado de toda visão da verdade, de toda realidade palpável e comprovável, de toda autoestima e afeto por si próprio, consegue a canalha golpista e imperialista amesquinhar os esforços dos trabalhadores, dos camponeses e dos indígenas, através da tipificação de delitos inexistentes, de direitos espezinhados, e de verdades arranjadas por profissionais da mentira e servis colegas.

Parece inverossímil que exercer uma profissão a serviço da sociedade signifique caminhar pelo corredor da morte, tanto para os jornalistas como para os comunicadores sociais. Parece apenas, porque é o que ocorre em Honduras. E de maneira acentuada.
O retrocesso ao qual se submete a sociedade hondurenha haverá de desaparecer quando o povo-povo consolide as bases da Assembleia Constituinte, é por isso que rebenta o açoite sobre os jornalistas, para que não estimulem, de modo algum (sequer com a menor informação), a participação pacífica neste episódio histórico. A ditadura militar, a imperialista e a midiática, grosseiras, esquivas, violentas, não medirão esforços para destruir este projeto, que uma vez obtido reintegrará Honduras à convivência dos países em processo de independência definitiva.

Enquanto esse momento histórico não chega, o povo hondurenho e seus jornalistas se veem discriminados, perseguidos e executados, como se matando jornalistas se matasse a verdade. Nos países da América do Sul ficou claro faz tempo que a verdade, com sua força infinita, reaparece sem pedir licença, que o esquecimento não é antídoto para libertar os assassinos do povo, e que o dito e feito captura seus autores através da memória histórica do povo. Um povo não pode ser eternamente alienado como os monopólios da comunicação e seus serviçais pretendem. Haverá jornalistas, queira ou não queira a oligarquia, para relatar sua queda,
sua prisão ou suas fugas.
Haverá para ler suas sentenças e para recordar ao povo estes momentos que jamais serão olvidados, para que não voltem a repetir-se.
Os Candidatos à Morte usarão sua profissão para esclarecer o povo, e seus assassinos usarão seu dinheiro e suas riquezas para pagar as dívidas que contraíram com a história.

Recebido de Cesar Cavalcanti, que me repassou vindo de Pepe, que trouxe do sítio Portal Desacato, dirigido pelo jornalista e escritor Raúl Fitipaldi

Traduzido do espanhol por Mylton Severiano

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