terça-feira, 1 de junho de 2010

LINHA DE PASSE - POR IARA LEE: CARTA DA FLOTILHA DA LIBERDADE

Nesta linha de passe, OCCA PANTANAL passa estes emails que correm mundo para Myltainho&Amancio, que passam a bola para vocês




OCCA Pantanal para Amigo(a)s


Estimado(a)s Amigo(a)s,
A humanidade testemunha com perplexidade mais este deplorável massacre em nome da defesa do indefensável: a sucessão de odiosos atos cometidos pelos que vivem a se autoproclamar as eternas vítimas da história, mas que os fatos reiteram a sua indisfarçável condição de algozes numa sociedade excludente e discricionária, comandada por facínoras que se alimentam, feito abutres, da tragédia dos indefesos, cínica e covardemente difamados de terroristas e personificação do mal, aliás, tais quais os condenados pelo império romano no tempo em que o Peregrino Nazareno abalava interesses inconfessáveis representados por Anás, Caifás e Pilatos, e cuja síndrome persiste dois milênios depois...
Basta já de tanta impunidade!
Que se levantem todas as vozes para denunciar e punir os tiranos que, sob o manto hipócrita da proteção a qualquer preço, leva a morte e o ódio para engordar as nefastas contas superavitárias dos senhores da guerra, em cuja mochila levam os cadáveres da infância e das mães abatidas sem qualquer compaixão.
Que a vidas ceifadas destas vítimas inocentes -- como as de Sabra e Chatila, de Deir Yassin, de Gaza, de Ramalah, de Beirute, de Bagdá... -- não fiquem impunes, difamadas e injustiçadas para que novos Nero, Hitler, Beguin e Sharon não sejam estimulados a novas carnificinas marcadas pela impunidade e pela manipulação da verdade.
Que se deponham todas as armas -- "inteligentes" ou não, "do bem" ou não -- para pôr fim a tanto derramamento de sangue inocente, de tanta vida perdida em nome de nada e de tanta desrazão em nome de fé no ódio e na barbárie, cuja presença em nossos dias não mais faz sentido, não mais diz respeito.
Que, finalmente, o pretenso "império do bem" (ou, melhor, dos "bens") caia por terra e de seus odiosos escombros possa germinar, não o cogumelo da morte, mas a flor da oliveira sagrada, da vida milenar e da luz eterna que habita nas entranhas de uma espécie que diz trazer uma racionalidade cada vez mais tênue e fugaz, para que os nossos descendentes possam sentir, senão pena e vergonha por nossa omissão, pelo menos compreensão de nosso inútil esforço de tentarmos construir uma sociedade melhor no meio de tanta ambição, injustiça e cobiça desmedida.
Que o porvir nos seja leve, que a esperança nos seja infinita e que a Vida, enfim, seja vencedora.
Fraternalmente,
Schabib

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Mulheres pela P@Z! <mulheres_pela_paz@terra.com.br>
Data: 31 de maio de 2010 16:48
Assunto: Free Gaza Movement - Por Iara Lee: Carta da Flotilha da Liberdade
Para: Aliança RECOs - redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras <editores_recos@terra.com.br>


1812 - FREE GAZA MOVEMENT



Aliança BECE-RECOs
Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras

"...Com a partida dos nossos navios, o senador Eduardo Matarazzo Suplicy mandou uma carta de apoio aos palestinos para o governo de Israel. “Eu me considero um amigo de Israel e simpatizante do povo judeu” escreveu, acrescentando: “mas por este meio, e também no Senado, expresso minha simpatia a este movimento completamente pacífico…Os oito navios do Free Gaza Movement (Movimento Gaza Livre) levarão comida, roupas, materiais de construção e a solidariedade de povos de várias nações, para que os palestinos possam reconstruir suas casas e criar um futuro novo, justo e unido.” 
http://operamundi.uol.com.br/opiniao_ver.php?idConteudo=1134
31/05/2010 - 10:35 | Iara Lee | São Paulo

Carta da Flotilha da Liberdade

A brasileira Iara Lee, cineasta e ativista social, era uma das integrantes da "Flotilha da Liberdade", um grupo de seis navios que transportava mais de 750 pessoas com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza e que foi atacado por Israel na madrugada dessa segunda-feira (31/5). Ainda não há informações sobre seu paradeiro.

Abaixo, um texto escrito por Iara pouco antes da viagem.

Por que vou a Gaza 
Em alguns dias eu serei a única brasileira a embarcar num navio que integra a GAZA FREEDOM FLOTILLA. A recente decisão do governo israelense de impedir a entrada do acadêmico internacionalmente reconhecido Noam Chomsky nos Territórios Ocupados da Palestina sugere que também seremos barrados. Não obstante, partiremos com a intenção de entregar comida, água, suprimentos médicos e materiais de construção às comunidades de Gaza.

Normalmente eu consideraria uma missão de boa vontade como esta completamente inócua. Mas agora estamos diante de uma crise que afeta os cidadãos palestinos criada pela política internacional. É resultado da atitude de Israel de cercar Gaza em pleno desafio à lei internacional. Embora o presidente Lula tenha tomado algumas medidas para promover a paz no Oriente Médio, mais ação civil é necessária para sensibilizar as pessoas sobre o grave abuso de direitos humanos em Gaza.
O cerco à Faixa de Gaza pelo governo israelense tem origem em 2005, e vem sendo rigorosamente mantido desde a ofensiva militar israelense de 2008-09, que deixou mais de 1.400 mortos e 14.000 lares destruídos. Israel argumenta que suas ações militares intensificadas ocorreram em resposta ao disparo de foguetes ordenado pelo governo Hamas, cuja legitimidade não reconhece. Porém, segundo organizações internacionais de direitos humanos como Human Rights Watch, a reação militar israelense tem sido extremamente desproporcional.

O cerco não visa militantes palestinos, mas infringe as normas internacionais ao condenar todos pelas ações de alguns. Uma reportagem publicada por Amnesty International, Oxfam, Save the Children, e CARE relatou, “A crise humanitária [em Gaza] é resultado direto da contínua punição de homens, mulheres e crianças inocentes e é ilegal sob a lei internacional.”

Como resultado do cerco, civis em Gaza, inclusive crianças e outros inocentes que se encontram no meio do conflito, não têm água limpa para beber, já que as autoridades não podem consertar usinas de tratamento destruídas pelos israelenses. Ataques aéreos que danaram infraestruturas civis básicas, junto com a redução da importação, deixaram a população em Gaza sem comida e remédio que precisam para uma sobrevivência saudável.

Nós que enfrentamos esta viagem estamos, é claro, preocupados com nossa segurança também. Anteriormente, alguns barcos que tentaram levar abastecimentos a Gaza foram violentamente assediados pelas forças israelenses. Dia 30 de dezembro de 2008 o navio ‘Dignity’ carregava cirurgiões voluntários e três toneladas de suprimentos médicos quando foi atacado sem aviso prévio por um navio israelense que o atacou três vezes a aproximadamente 90 milhas da costa de Gaza. Passageiros e tripulantes ficaram aterrorizados, enquanto seu navio enchia fazia água e tropas israelenses ameaçavam com novos disparos.

Todavia eu me envolvo porque creio que ações resolutamente não violentas, que chamam atenção ao bloqueio, são indispensáveis esclarecer o público sobre o que está de fato ocorrendo. Simplesmente não há justificativa para impedir que cargas de ajuda humanitária alcancem um povo em crise.

Com a partida dos nossos navios, o senador Eduardo Matarazzo Suplicy mandou uma carta de apoio aos palestinos para o governo de Israel. “Eu me considero um amigo de Israel e simpatizante do povo judeu” escreveu, acrescentando: “mas por este meio, e também no Senado, expresso minha simpatia a este movimento completamente pacífico…Os oito navios do Free Gaza Movement (Movimento Gaza Livre) levarão comida, roupas, materiais de construção e a solidariedade de povos de várias nações, para que os palestinos possam reconstruir suas casas e criar um futuro novo, justo e unido.”

Seguindo este exemplo, funcionários públicos e outros civis devem exigir que sejam abertos canais humanitários a Gaza, que as pessoas recebam comida e suprimentos médicos, e que Israel faça um maior esforço para proteger inocentes. Enquanto eu esteja motivada a ponto de me integrar à viagem humanitária, reconheço que muitos não têm condições de fazer o mesmo. Felizmente, é possível colaborar sem ter que embarcar em um navio. Nós todos simplesmente temos que aumentar nossas vozes em protesto contra esta vergonhosa violação dos direitos humanos.


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31 de Maio de 2010 - 14h55

Brasil convoca embaixador de Israel após ataque a navios

O governo brasileiro convocou nesta segunda-feira (31) o embaixador de Israel no Brasil, Giora Becher, para manifestar indignação com o incidente contra a “frota da liberdade”. No comunicado, o Itamaraty também informou que comunicará sua preocupação com a cidadã brasileira que estava no grupo.

A “frota da liberdade”, organizada por várias ONGs e com apoio de governos como o turco, divulgou que pretendia chamar a atenção para o bloqueio marítimo à faixa de Gaza com uma ação na qual levavam mantimentos para o local.

A brasileira Iara Lee, cineasta, estava no grupo, que entrou em choque com as forças israelenses na madrugada desta segunda-feira. Os ativistas informaram que dez pessoas morreram devido ao episódio, enquanto o governo de Israel colocou que foram nove os mortos.

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O governo brasileiro comunicou que recebeu a notícia da interceptação da “frota da liberdade” com “choque e consternação”. No documento, o ministério diz que "O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário".

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, pediu ainda que as autoridades israelenses informem imediatamente o paradeiro da brasileira.

Famosa ativista e com atuações anteriores no Oriente Médio, Lee escreveu um texto, publicado em 25 de maio em um blog, sobre os motivos que a levavam a participar da viagem. (clique aqui para ler o texto de Iara Lee)


Veja abaixo a nota na íntegra do ministério:

“Ataque israelense à "Flotilha da Liberdade"

Com choque e consternação, o governo brasileiro recebeu a notícia do ataque israelense a um dos barcos da flotilha que levava ajuda humanitária internacional à faixa de Gaza, do qual resultou a morte de mais de uma dezena de pessoas, além de ferimentos em outros integrantes.

O Brasil condena, em termos veementes, a ação israelense, uma vez que não há justificativa para intervenção militar em comboio pacífico, de caráter estritamente humanitário. O fato é agravado por ter ocorrido, segundo as informações disponíveis, em águas internacionais. O Brasil considera que o incidente deva ser objeto de investigação independente, que esclareça plenamente os fatos à luz do direito humanitário e do direito internacional como um todo.

Os trágicos resultados da operação militar israelense denotam, uma vez mais, a necessidade de que seja levantado, imediatamente, o bloqueio imposto à faixa de Gaza, com vistas a garantir a liberdade de locomoção de seus habitantes e o livre acesso de alimentos, remédios e bens de consumo àquela região.

Preocupa especialmente ao governo brasileiro a notícia de que uma brasileira, Iara Lee, estava numa das embarcações que compunha a flotilha humanitária. O ministro Celso Amorim, ao solidarizar-se com os familiares das vítimas do ataque, determinou que fossem tomadas providências imediatas para a localização da cidadã brasileira.

A Representante do Brasil junto à ONU [Organização das Nações Unidas] foi instruída a apoiar a convocação de reunião extraordinária do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a operação militar israelense.

O embaixador de Israel no Brasil está sendo chamado ao Itamaraty para que seja manifestada a indignação do governo brasileiro com o incidente e a preocupação com a situação da cidadã brasileira.”
A Rede para Difusão da Cultura Árabe-Brasileira Samba do Ventre tem como missão incentivar e promover pesquisas da agregação de valor da cultura árabe à cultura brasileira, e proporcionar a integração com diversas  comunidades na busca "Pela Paz no Oriente Médio e pela valorização da auto-estima  do povo árabe e seus descendentes através da música, da dança oriental e todas as manifestações sócio-culturais que derivaram deste caldeirão étnico chamado BRASIL."
Assista: "Dança, Identidade e Guerra"
Leia em

 OCCA Pantanal - Compromisso com a Vida (http://occapantanal.blogspot.com/ - http://occapantanal.wordpress.com/)
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Ahmad Schabib Hany

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