sexta-feira, 25 de junho de 2010

LÓGICA ALUCINANTE

A PSICÓLOGA 
DE CABEÇA TORTA
A FAXINEIRA 
DE CABEÇA LIMPA
Por Mylton Severiano

Hoje é quinta, dia da faxineira Mara, uma artista popular que neste quintal de mundo só será reconhecida se um gringo a “descobrir”. Faz umas bolsas para mulher bonitas, e balangandãs, enfeites.
Quando ela vem, faço comida para dois e almoçamos conversando. Diz que conseguiu, durante minha viagem à Ibéria de um mês, nova “patroa”, uma psicóloga.

“Neurótica!”, reclama a moça. “Fala o tempo todo em bactéria – cuidado, aqui tem bactéria, aqui também, e ali, e lá”, e pega no pé da faxineira de tal modo que outro dia ela se esqueceu de retirar o lixo para a lixeira lá na rua.
“Sabe que ela me ligou de noite em casa pra reclamar?”, espanta-se Mara.
A lógica é alucinante: como é que uma psicóloga da cabeça torta trata da nossa cabeça? E a faxineira da cabeça limpa não devia ensinar à psicóloga como levar a vida mais relax?

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